O mercado internacional de charutos começou a semana com a notícia da venda da divisão de charutos premium da britânica Imperial Brands por 1.225 bilhões de euros (1.3 bilhões de dólares). As negociações para a venda, que tiveram início no segundo semestre do ano passado, finalmente chegaram à sua conclusão nesta segunda feira, dia 27 de abril.
O principal motivo para tanto burburinho, é que dentre as empresas negociadas está 50% da Habanos S.A. (os outros 50% são de propriedade da estatal cubana Tabacuba), gigante produtora dos conceituados charutos cubanos.
O acordo foi realizado em duas transações: A Gemstone Investment Holdings Ltd. que compra a operação de charutos premium nos EUA (a Altadis USA – distribuidora de charutos premium, as redes de vendas online JR Cigars, Serious Cigars e Cigar.com e a rede de lojas Casa de Montecristo) por 185 milhões de Euros (200 milhões de dólares).
A segunda e mais atraente parte ficou com a Allied Cigar Corp. SL que adquiriu por 1.04 bilhões de euros (1.13 bilhões de dólares). Entre as empresas dessa fatia estão 50% da Habanos S.A., da Internacional Cubana de Tabacos SA (empresa que produz os charutos cubanos maquinados), da Promotora de Cigarros S.L. (responsável pela distribuição dos charutos maquinados cubanos) e da Altabana S.L. (que tem participação em distribuidores internacionais da Habanos S.A.).
Esta parte também contempla negócios fora de Cuba como as marcas Vega Fina e Flor de Copan e a Tabacalera de Garcia, maior fábrica de charutos do mundo..
A Allied Cigar Corp. SL é uma empresa sediada em Hong Kong e seus investidores pediram para serem mantidos em sigilo. Embora aquisições como essa sempre gerem mudanças, não estão previstas mudanças na alta direção da Habanos S.A. no momento, ficando a condução da operação pelo mesmo corpo diretivo atual.
Naturalmente, muitos brasileiros também tem se perguntado se a novidade trará impactos para o Brasil. Segundo Fernando Teixeira, Diretor Geral da Emporium Cigars, a mudança não altera nada na operação e no relacionamento da empresa com a Habanos.
“O novo grupo é um grupo investidor e não pretende operar o negócio diretamente. A Habanos S.A. sempre valorizou muito a relação com seus distribuidores e, inclusive, já entrou em contato com os mesmos para reforçar que não haverá qualquer alteração no corpo gestor e nas políticas de relacionamento da empresa”, diz Fernando.
A entrada da Allied Cigar Corp S.L. na verdade trará mais investimento para a operação da Habanos S.A. e a empresa ganha novo fôlego para melhorar ainda mais os processos de produção e qualidade dos charutos cubanos.
