Foram mais de dois anos de espera até que profissionais da indústia e entusiastas pudessem se reunir novamente em Havana para uma grande festa em torno do charuto. Nada melhor que a celebração dos 55 anos da Cohiba, que aconteceu dos dias 7 a 9 de setembro, para marcar esse reencontro na meca dos charutos.
O Conexão Tabaco – Tudo Sobre Charuto esteve presente para trazer todas as novidades sobre o evento (ver resumo do evento) e aproveitou a oportunidade para conversar com Ernesto González Rodríguez, Diretor de Marketing Operativo, e Rodrigo González Jimenez, Diretor de Marketing Estratégico, para saber mais sobre o momento e dos planos da Habanos S.A. para o futuro da marca Cohiba.
Alexandre Avellar (AA): A Habanos S.A. fez um grande esforço para realizar esse evento. Qual é o significado de finalmente poder reunir mais de 650 pessoas, entre profissionais e entusiastas de todo o mundo para esta celebração?
Ernesto González (EG): Como você sabe foram mais de dois anos de hiato nas atividades aqui em Cuba e qual melhor motivo para celebrar esse reencontro do que comemorando os 55 anos da Cohiba. Cohiba é nossa marca líder, a marca mais emblemática da Habanos e do tabaco premium no mundo. Consideramos que é uma oportunidade para juntos celebrar a jóia do nosso portifólio.
AA: Recentemente a Habanos fez um reajuste de preços onde uma das marcas mais impactadas foi a Cohiba. Que fatores levaram a isso?
Rodrigo González (RG): A Habanos anualmente faz incrementos de preços, então esses processos são normais na gestão deste fato sobre circunstâncias distintas como razões regionais, estratégicas e para desenvolvimento das marcas. É certo que tem um grupo de marcas, como Cohiba, Trinidad e uma série de linhas que tiveram um enfoque diferente. Ou seja, se homogeneizaram os preços a nível mundial, o que nos parecia fazer muito sentido porque são marcas mais exclusivas, com maior potencial e maior demanda. Esses produtos tinham grandes diferenças de preços entre países e é muito mais consistente ter uma estratégia de preços global e homogênea.
Outro ponto que também influiu nesta decisão foi uma grande demanda mundial e uma grande demanda por parte dos clientes asiáticos que estavam comprando essas marcas em todo o mundo. Compravam em alguns mercados a determinado preço e os revendiam inflacionando muito os produtos, especulando e criando um mercado paralelo. Então tinhamos produtos para beneficiar a um consumidor local, mas estes iam para outro mercado beneficiando a terceiros e formando um mercado irregular.
Já para o resto do nosso portifólio, tivemos um reajuste dentro da normalidade levando em conta a inflação, aumento de custos e situação logística mundial que afetaram todas as indústrias.
AA: Ainda que seja recente, a Habanos S.A. já tem uma avaliação dos resultados deste reajuste?
RG: Ainda é muito cedo porque o reajuste foi em maio e há toda uma cadeia desde a Habanos até o distribuidor, do distribuidor para sua cadeia de subdistribuição e vendas. Além disso, alguns mercados são regulados e tem que seguir uma série de janelas e calendários formais para os reajustes. Estamos em fase de análise e até agora todo correu com normalidade e não notamos um impacto negativo por contra do reajuste.
AA: Como vocês veem o perfil de consumo da marca Cohiba nos próximos anos?
EG: O consumidor de Cohiba sempre será o mais seleto dos amantes dos Habanos. É um consumidor que busca exclusividade, esse luxo, essa maneira de fazer diferente. É um consumidor que quer o mais exclusivo do mercado e a Habanos S.A. os brinda com a marca Cohiba o que há de mais seleto no mundo do tabaco premium.
RG: Como disse Ernesto, é uma marca muito exclusiva, para apreciador mais exclusivo, mas também tem a fascinação de quem começa nesse mundo e muitas vezes tem a aspiração de fumar um Cohiba. A marca tem esse poder de arrastar e de ser capaz de introduzir-nos nesse segmento de luxo. Ou seja, a Cohiba também é uma marca para todo tipo de consumidor que em alguma ocasião busca um momento de indulgência, de prazer, de luxo, de desfrute por parte do consumidor comum. Por isso, a vemos como uma marca muito transversal por seus critérios de qualidade e máxima exclusividade.
AA: Durante a pandemia o consumo de tabaco subiu em todo o mundo. Isso se contrasta com uma redução na produção devido às restrições impostas pelas medidas de saúde. Que impactos foram sentidos na produção dos Habanos e, em especial, na marca Cohiba?
EG: Cuba, como o resto do mundo, esteve afetada pela Covida e se tomaram muitas medidas de restrição sanitárias que indubitávelmente afetaram a produção e nós consideramos que como todo o portifólio da Habanos a marca também teve uma redução na produção. Mas não vemos que isso teve um efeito negativo, pois o consumidor de Cohiba é muito fiel à marca e nunca vai deixar de estar próximo a ela, pois vai querer tê-la em seu consumo diário.
AA: O que os fãs da marca Cohiba podem esperar para 2023?
EG: A marca Cohiba vai ter algumas surpresas que serão apresentadas no decorrer de 2023. Certamente serão coisas muito interessantes, mas no momento ainda não podemos revelar. Esperamos que os aficionados as recebam com a paixão com que nós as preparamos.
RG: E agora neste evento se poderá fumar algumas das novidades como e Ambar, a nova bitola da Linea Clásica que chegará ao mercado no final do ano, e Edição Limitada 55 Aniversário, que foi apresentada em Maio no Oriente Médio e que estará chegando ao mercado neste trimestre, e o Cohiba Ideales, que chega no princípio de 2023 pela série Collección Habanos. Ou seja, 3 novidades, uma do portifólio regular da marca e duas especialidades que em breve chegarão ao mercado.