A História
Não há registros precisos sobre a origem do charuto. Acredita-se que o cultivo do tabaco teve início na província de Yucatán, no México, pelos maias provenientes da América Central.
Uma relíquia datada do século X, descoberta no território da Guatemala, mostra um maia fumando folhas de fumo juntas por um fio de barbante, amarradas na forma de um rolo. Como a civilização maia já havia surgido a mais de dois milênios, não há como determinar com precisão quando se fumou o tabaco dessa forma pela primeira vez. O tabaco se propagou pelo continente americano e passou a ser fumado de várias formas pelos povos indígenas da região, normalmente em cerimônias religiosas e rituais de cura.
O primeiro registro oficial sobre o tabaco foi feito em 1492, quando Cristovão Colombo chegou as Américas. Tentando encontrar um novo caminho para chegar à Índia, onde o comércio de especiarias gerava grandes fortunas, ele acabou por desembarcar no dia 28 de Outubro em Cuba.
Dois homens de sua tripulação – Rodrigo de Jerez e Luis de Torres – foram enviados para explorar a região no mês de Novembro, e retornando, fizeram relatos sobre os índios taínos que: “…tinham tochas nas mãos e ervas das quais inalavam fumaça, ervas secas dentro de uma folha, igualmente seca… acesas na ponta, eram chupadas ou aspiradas, o que lhes intorpece a pele e é quase intoxicante, e dizem que dessa forma jamais sentem fadiga”. Esses charutos primitivos eram chamados de cohiba na liguagem desses índios, nome que hoje representa a principal marca de charuto cubano.
Um desses homens, Rodrigo de Jerez, resolveu levar para sua família amostras do fumo. Acabou preso pelo Santo Ofício quando foi visto soltando fumaça pelas narinas e pela boca. Foi dado como possuído por forças do mal.
Com o domínio europeu sobre o Novo Mundo, os marinheiros, exploradores logo começaram a fumar, e após estes, os colonos e conquistadores. Quando os conquistadores retornaram para a sua terra natal, introduziram o hábito na Espanha e Portugal por volta do século XVI. De Portugal, o fumo foi levado até a França pelo embaixador francês, Jean Nicot, que deu nome à planta (Nicotiana tabacum) e à nicotina. O fumo também foi levado para a Itália e Grã-Bretanha, sendo que neste último país o introdutor foi um dos homens de Sir Walter Raleigh, Thomas Hariot, após uma expedição (embora Raleigh tenha contribuído muito na popularização do hábito na Grã-Bretanha).
No início, o tabaco foi utilizado com outros propósitos, inclusive medicinais: Catarina de Médicis, rainha da França de março de 1547 até julho de 1559, foi apresentada à planta por Nicot, e a tomava em pó para combater enxaquecas, enquanto outros a tomavam para remediar infecções de pele. Quando Catarina começou a utilizar a planta, esta se tornou sinal de riqueza e ficou conhecida por um certo período de tempo como “erva da rainha”, e depois como “erva do embaixador”, após Nicot ter começado a cultivá-la.
O Cultivo em larga escala
Seu cultivo
No início do século XVI, o tabaco era conhecido em todo o continente europeu e cultivado por colonos na América. A esse ponto, o fumo já tinha adquirido valor comercial e passou a ser negociado com as metrópoles. Mas a produção em larga escala começou no ano de 1531 em Santo Domingo (hoje Haiti), Cuba, e em 1600 no Brasil. Na Europa o cultivo começou em 1558 em Portugal, 1559 na Espanha, 1565 na Inglaterra e 1620 na França.
À partir do ano de 1676, a Espanha passou a produzir os primeiros charutos usando fumo cubano em Sevilha, sendo instaladas em 1731 as principais fábricas (após o monopólio estatal ser anunciado em 1717). Finalmente os charutos ganharam fama e outras formas de utilização do tabaco passaram a ser menos utilizadas.
Mas o hábito só chegou até a América do Norte depois que o coronel Israel Putnam retornou de Cuba, aonde era um oficial do exército inglês e participou no cerco à Havana. Antes de participar nas guerras contra os franceses e índios, Putnam era lavrador, e quando retornou para sua casa em Connecticut, EUA, com charutos e tabaco cubanos, fábricas foram abertas rapidamente na região de Hatford.